O esporte como transformador sócio emocional para pessoas de baixa renda
O meu trabalho tem como tema principal o esporte e a prática esportiva para pessoas de baixa renda e a problematização das causas e consequências da não prática de esportes. O objetivo é investigar por que as pessoas de baixa renda não praticam tantos esportes quanto aquelas de alta renda.
O ponto de partida foi a análise de diferentes bairros em São Paulo e qual é, em média, a renda dos moradores desses locais - no caso, um dos bairros era muito rico, e o outro não - e como o esporte aparecia em cada um deles. A resposta foi que no bairro mais rico (Moema) as atividades esportivas eram muito mais disponibilizadas, e havia muito mais oportunidades do que no bairro pobre (Ermelino Matarazzo).
Após diversas pesquisas e análises de dados e gráficos sobre a relação da renda com o tempo de exercício físico, eu cheguei à seguinte problematização: a mulher rica faz 6 horas a menos de trabalho doméstico em relação à mulher pobre. Isso, se dividirmos durante os dias úteis, dá mais ou menos 1 hora e 10 minutos por dia. Se você usar pelo menos algum tempo dessas 6 horas na semana para a prática de esportes, já é o suficiente.
Outro ponto que eu coloquei foi que, normalmente, em cidades grandes como São Paulo, as regiões mais afastadas do centro são mais baratas para se viver, e, muitas vezes, as pessoas de classes sociais mais baixas perdem um bom tempo vindo até a região central da cidade para trabalhar, o que também é um tempo perdido, que potencialmente poderia ser usado para a prática de esporte.
Para exemplificar o meu campo de pesquisa, segui por dois caminhos: o primeiro deles, foi uma visita ao ABDA, um projeto social que me trouxe de aprendizado o quanto as pessoas de baixa renda que frequentam lá, quando tem esse contato com o esporte, evoluem muito em aspectos como emocionais, intelectuais, sociais; o segundo, uma entrevista com o Adriano Silva, um atleta que veio da periferia de Santos-SP. A entrevista dele foi muito importante para a minha pesquisa, pois mostrou, na prática, como o esporte muda a vida de pessoas de baixa renda.
Por último, comecei a pensar em uma solução. Analisei uma lei de incentivo fiscal e descobri que impostos podiam ser direcionados para ONGs. Então, minha ideia seria criar uma ONG para, através do esporte, dar oportunidades para mais crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social.