Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), apontam que 2 bilhões de pessoas no mundo tomam água contaminada com fezes. E 122 milhões coletam a água de locais não tratados, como lagos, lagoas, rios e córregos, o que tem resultado na estimativa de que 25 milhões de pessoas no mundo morrem, por ano, em virtude de doenças transmitidas pela água. O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, para o ano base de 2015, mostrou que a região Nordeste, por exemplo, mais escassa do ponto de vista de recursos hídricos disponíveis, cerca de 26,7? população não tem acesso à água tratada. Fazendo parte desse percentual, localizado no alto sertão sergipano, o município de Canindé de São Francisco lida com grandes períodos de estiagem, fazendo necessário buscar meios de aproveitar toda água ali existente. Investigando a realidade das comunidades, que por muitas vezes lida com a insegurança hídrica de onde convive, esse trabalho visa buscar a purificação da água de barreiro, abundante pela região, porém considerada por muitos imprópria até para as atividades rotineiras. Para tanto, faz-se necessária a utilização de um meio para tornar a água potável e suprir tal carência que atormenta o cotidiano das pessoas, assim utilizando-se um agente coagulante produzido com espécies típicas da região, embora a vegetação predominante seja a caatinga, encontra-se a produção agrícola de frutas, hortaliças, leguminosas e tubérculos em perímetro irrigado. Utilizamos o quiabo como biopolímero (base coagulante), com o objetivo de tornar o processo de fabricação acessível financeiramente e sustentável por ser um produto abundante na região. E, por fim, construímos um protótipo de uma estação de tratamento de água a fim de simular as etapas desenvolvidas, distribuindo-as nas comunidades locais. É possível perceber, com esse trabalho, a eficiência dos polímeros naturais como auxiliares na coagulação/floculação da água de barreiro como uma alternativa com maior eficiência e redução de danos do que o tratamento com agentes químicos, no caso o sulfato de alumínio, que traz riscos à saúde humana à longo prazo.
